10 de jan. de 2014

Foda-se também é amor


- Você não precisa me buscar sempre em casa.
- Por que não?
- Eu não quero, eu acho chato.
- Foda-se, eu que não vou ficar esperando horas até você conseguir um táxi ou ônibus!
- Você não tem que me trazer em casa toda vez que saímos.
- Por que não?
- Porque não, ora, eu pego um ônibus ou um táxi!
- Foda-se, é mais um tempo que conversamos. Vou te trazer todas as vezes!
- Não, eu não quero que você me dê isso de presente!
- Mas você não tá precisando?
- Sim, mas tenho essa aqui que ainda uso.
- Essa coisa velha, pequena e gasta?
- É, mais tenho conseguido resolver com ela, então, não precisa…
- Foda-se! eu vou te dar de presente porque eu quero!
- Eu te devo desculpas. Desculpa mesmo.
- Pelo que você está me pedindo desculpas?
- Você me encheu o saco, mas eu reagi muito mal e deixei você chateado.
- Ah, foda-se, era o que tu estava sentindo na hora. Passou.
- Se não dá para nos vermos esta semana, fica para a próxima.
- Eu mudei meu compromisso, a gente pode se ver amanhã!
- Mas você não tinha que ir lá sem falta?
- Foda-se! Eu que não vou ficar sem minha terapia semanal!
- Está chovendo, nosso programa não vai rolar...
- Como não? por causa de uma chuva?!
- Mas, mas… chuva é igual a ficar em casa.
- Deixar de nos ver por uma chuvinha de merda? Nem pensar! Foda-se, passo aí pra te pegar!
E me pegou,
de foda-se em foda-se,
em admiração e amor.

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