20 de nov. de 2013

Verdades absolutas


Há algum tempo eu já não vejo um debate construtivo, informativo e definitivo.
O que eu percebo normalmente são pessoas cuspindo argumentos sem nunca ouvir um ao outro.
Gente muito mais preocupada em ter razão, tentando enfiar goela abaixo a sua opinião. O que se diz não tem valia, o que vale é o grito e ter a sensação de que é mais preparado que o outro, melhor informado. Aí, às vezes, quando o desespero pela vitória é demais, passa-se a bater um tanto mais baixo. Aí, o que vale é tripudiar o outro, as palavras se enfileiram para humilhar e os questionamentos surgem para menosprezar quem ousa discordar e dizer que sabe mais.

É como se todos possuíssem uma verdade absoluta, como se ninguém devesse sair vivo da disputa, como se a vida fosse um concurso e de nada valesse quem tenta construir um percurso, o que importa é destruir tudo e todos com seu discurso.

Na internet, expor seu pensamento é quase sinônimo de linchamento. É o lugar onde todos ficam valentes, um palco irresistível para quem se julga o rei dos inteligentes, o ambiente perfeito para a proliferação do que existe de pior na gente. 

Aí, com assuntos sendo usados como forma de dominação, debates vazios pela alta dose de agressão e discussão que se assemelha a uma necessidade de autoafirmação, seguimos alheios, entrando e saindo de torneios, se defendendo ou iniciando um bombardeio.
Seguimos surdos e cegos, sem capacidade de nos entender. Seguimos rasos, sem força para mudar qualquer coisa.

Seguimos idiotas e mesquinhos. E ainda não entendemos porque terminamos ilhados, sozinhos.

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